Além dos casos gerais, existem também
alguns casos particulares. Iremos ver detalhadamente cada um a seguir =D
1)
Quando aparecem reações consecutivas
São aquelas em
que um composto formado na primeira reação participa como reagente na segunda. É
preciso balancear, conjuntamente, as duas equações de modo a resultar o mesmo
número de moléculas para esse composto intermediário.
Ex: Duas da reações que ocorrem na produção de
ferro são representadas por:
2C + O2 à 2CO2
Fe2O3 + 3CO à 2Fe + 3CO2
O monóxido de
carbono formado na primeira reação é consumido na segunda. Considerando apenas
essas duas etapas do processo, calcule a massa aproximada, em quilogramas, de
carvão consumido na produção de 1 tonelada de ferro (massas atômicas: Fe = 56;
C =12; O = 16).
Resolução:
O nosso
primeiro passo será cancelarmos as substâncias intermediarias (no caso 2CO2 e 3CO). Note que temos que multiplicar ambas equações
por números convenientes, que levem ao cancelamento desejado.
Então:
2C + O2
à 2CO Multiplicando por 3
Fe2O3
+ 3CO à 2Fe + 3CO2 Multiplicando
por 2
Temos:
6C + 3O2
à 6CO
2Fe2O3 + 6CO à 4Fe + 6CO2
6C + 302
+ 2Fe2O3 à 4Fe + 6CO2 Equação-soma
Note que cancelamos o 6CO. Depois que
cancelamos a substância intermediária, somamos a equação. Agora basta
aplicarmos a nossa “velha conhecida” regra de três =]
6C + 302 + 2Fe2O3 à 4Fe + 6CO2
6·12 kg de C -------------- 4·56 kg de Fe
X -------------- 1000 kg de Fe
X = 321 kg de
C
Pronto, problema resolvido!!! \o/
2) Quando
são da dadas as quantidades de dois (ou mais) reagentes
A maneira mais clara de explicarmos
esse caso, é através desse seguinte exemplo:
Se para montar um carro, são
necessários montar 5 pneus (4 mais 1 de reserva) e 1 volante, quantos carros
poderemos montar com 315 pneus e 95 volantes?
Resolução:
5 pneus ------------ 1 carro
315 pneus --------- X
X = 63 carros
Considerando que cada carro precisa de apenas um volante, serão necessário
63 volantes para montarmos o número de carros que calculamos acima, sendo
assim, sobrando 32 volantes (95-63 = 32).
Então, concluímos que existem volantes em excesso (ou pneus em falta). Podemos dizer que o número de pneus
constitui o fator limitante.
Agora vamos para um exemplo na química =]
Ex: Misturam-se 147g de ácido sulfúrico e 100g de hidróxido de sódio
para que reajam segundo a equação H2SO4 + 2NaOH à Na2SO4
+ 2H2O (massas atômicas: H=1; 0 = 16; Na = 23; S = 32). Pede-se
calcular:
a) A massa de
sulfato de sódio formada;
b) A massa do
reagente em excesso após a reação.
Resolução:
Vamos primeiramente calcular a massa de sulfato de sódio que reagiria
com os 147 g de H2SO4 mencionados na questão:
H2SO4 + 2NaOH à Na2SO4
+ 2H2O
98g de H2SO4 --------- 2·40g de NaOH
147g --------- X
X = 120g de
NaOH
Note que isto é impossível, pois na questão informa que temos apenas
100g de NaOH. Dizemos então que o H2SO4 é o reagente em excesso, pois seus 147g
precisam de 120g de NaOH para reagir completamente, mas só temos 100g de NaOH.
Agora vamos inverter o cálculo, para saber a massa de H2SO4
que reage com os 100g de NaOH:
H2SO4 + 2NaOH à Na2SO4
+ 2H2O
98g --------- 2·40 g
Y ----------- 100g
Y = 122,5 g de
H2SO4
Isso sim é possível, e significa que os 100g de NaOH dados na questão
reagem 122,5g de H2SO4. Como temos 147g de H2SO4,
sobrarão ainda 24,5g
de H2SO4, sendo assim já respondemos a “letra
b”.
O NaOH é o reagente limitante da equação, pois ele será o primeiro
reagente a se esgotar.
Agora vamos ao cálculo da “letra a”:
H2SO4 + 2NaOH à Na2SO4
+ 2H2O
2·40 g de NaOH ------ 142g de Na2SO4
100g de NaOH ------- Z
Z = 177,5 de Na2SO4
Pronto!!! Problema resolvido =D, note que p cálculo da “letra a”, foi
feito a partir dos 100g de NaOH (reagente limitante), nunca poderíamos ter
feito a parir dos 147g de H2SO4 (reagente em excesso),
pois chegaríamos a um resultado falso. Portanto, lembrem-se que nunca podemos
fazer o cálculo a partir do reagente em excesso, e sim a a partir do reagente limitante
!
3)
Quando
os reagentes são substâncias impuras
É comum o uso de
reagentes impuros, principalmente em reações industriais, ou porque eles são
mais baratos ou porque já são
encontrados na natureza acompanhado de várias outras substâncias (impurezas).
Supondo o seguinte exemplo:
Em
uma amostra de 100g de calcário, apenas 90g é a parte pura, os outros 10g são
“impurezas”.
Grau de pureza (p) é o quociente
entre a massa da substância pura e a massa total da amostra.
No exemplo do
calcário, temos: p = 90/100 = 0,9
Porcentagem de pureza (P) é a
porcentagem da massa da substância pura em relação a massa total da amostra.
No exemplo do
calcário, temos:
100% de calcário
------------- 100%
90g de calcário puro --------- P
P = 100p
Agora vamos
demonstrar isso na química =)
Ex: Uma
amostra de calcita, contendo 80% de carbonato de cálcio, sofrendo decomposição
quando submetida a aquecimento, segundo a equação abaixo:
CaCO3 --> CaO + CO2
Qual a massa
de óxido de cálcio obtida a partir da queima de 800g de calcita?
Resolução:
Na questão diz
que a calcita contém apenas 80% de CaCO3. Então:
100g de
calcita ---------------- 80 g de CaCO3
800g de
calcita ---------------- X
X = 640g de CaCO3 puro
Esse valor
acima representa a quantidade de CaCO3 puro em 800g de calcita, ou
seja é a quantidade que irá participar da reação. Sendo assim:
CaCO3 --> CaO + CO2
100g
-------------- 56g
640g
-------------- Y
Y = 358,4g de CaO
4)
Quando
o rendimento não é total
É comum uma reação química produzir uma
quantidade de produto menor que a esperada pela equação química correspondente.
Quando isso acontece dizemos que o rendimento da reação não foi total ou completo.
Esse fato pode ocorrer ou porque a reação é "incompleta" (reação
reversível) ou porque ocorrem "perdas" durante a reação.
Quando dizemos que 1 mol de H2 produzem 1 mol de água,
estamos considerando que as reações ocorrem de maneira completa, ou seja, as
quantidades de reagentes disponíveis conseguem produzir a quantidade máxima
possível de produtos.
Contudo, nem sempre as reações se comportam dessa maneira ideal. Muitas
vezes, a reação não consegue produzir o máximo estimado de produto. Quando isso
acontece dizemos que a reação não rendeu tudo que poderia render. Em outras
palavras, o rendimento da reação não foi de 100%, ou seja, não
foi total.
Para esse tipo de cálculo estequiométrico é importante as
seguintes definições:
Rendimento (r) é o quociente
entre a quantidade de produto realmente obtida em uma reação e a quantidade que
teoricamente seria obtida.
Rendimento
porcentual (R) é o rendimento de uma reação expressos em termos porcentuais.
Ex: Num processo de obtenção de ferro a partir da hematita (Fe2O3),
considere a equação:
Fe2O3
+ C à Fe + CO
Utilizando-se 4,8 toneladas de minério e admitindo-se um rendimento de
80% na reação, qual será a quantidade de ferro produzida será?
Note que a equação não está balanceada, então vamos balancear a mesma =]
Fe2O3 + 3C à 2Fe + 3CO
160t ---------- 2·56t
4,8t ---------- X
X = 3,36t de Fe
Essa seria a massa de ferro obtida se a reação tivesse
rendimento total, mas na questão diz que temos apenas um rendimento de 80%.
Sendo assim:
100% -------------
3,36t
80% ------------- X
X = 2,688 t de Fe
5)
Quando
os reagentes são misturas
Em nosso
dia-a-dia, é muito comum lidarmos com misturas. Por exemplo, quando comemos um
pedaço de bolo, devemos lembrar que esse bolo é o resultado de uma mistura de
farinha, ovos, manteiga etc.
Na química é
também muito comum aparecerem misturas participando como reagentes das reações
químicas.
Nesses
problemas, a dificuldade fundamental é no seguinte: as misturas não são obrigadas a obedecer a uma proporção constante;
no entanto, toda equação química deve
obedecer a uma proporção constante, de acordo com a lei de Proust.
Parece meio
confuso mas depois de resolvermos os exemplos, vocês vão ver que é bastante
fácil, basta ter atenção.
1°
caso – Quando a composição da mistura reagente é dada
Ex: Uma
mistura formada por 5 moles de flúor e 10 moles de cloro reage completamente
com o hidrogênio. Qual é a massa total dos produtos formados?
As reações
mencionadas no problema são:
H2
+ F2 à 2HF
H2
+ Cl2 à 2HCl
Resolução:
Note que não
podemos somar as duas equações vistas acima, pois a soma apresentaria 1 mol de
F2 para 1 mol de Cl2,
enquanto na questão fala que em 5 moles de F2 e 10 moles de Cl2.
Sendo assim,
nossa saída é trabalharmos com cada uma das equações separadamente.
Para
o flúor:
H2 + F2 à 2HF
1 mol ------ 2·20g
5 moles --- X
X = 200g de HF
Para o cloro:
H2 + Cl2 à 2HCl
1 mol ------ 2·36,5g
10 moles ----- Y
Y = 730g de HCl
Agora que achamos a massa dos reagentes, podemos achar a massa total,
que será:
Mtotal
= X + Y à Mtotal = 200g + 730g à Mtotal = 930g
2°
caso - Quando a composição da mistura reagente não é conhecida
Ex: Uma massa
de 24 g de uma mistura de H2 e CO queima completamente, produzindo
112g de produtos finais. Pede-se calcular as massas de H2 e de CO existente na
mistura inicial.
Resolução:
No enunciado
do problemas diz que ocorre uma queima, sendo assim o oxigênio entrara na nossa
equação.
As reações
mencionadas no problema são:
2H2 + O2 à 2H2O
2CO + O2 à 2CO2
Neste também não podemos somar as equações, pois não conhecemos a
proporção em que H2 e CO estão misturados. Sendo assim, o jeito é
trabalhar com cada uma das equações separadamente.
Mas antes vamos adotar o seguinte raciocínio:
·
Se chamarmos de x a massa de H2, a massa
de CO será igual a (24-x);
·
Do mesmo modo, se chamarmos de y a massa de H2O, a massa de CO2 será igual a (112-y).
Para
o H2O:
2H2 + O2 à 2H2O
2·2g -------------- 2·18g
x -------------- y
y = 9x
Para o CO:
2CO + O2 à 2CO2
2·28g ------------- 2·44
(24-x) ----------- (112-y)
44x – 28y = -2080
Temos um sistema algébrico, resolvendo o mesmo:
44x – 28y = -2080
44x – 28(9x) = -2080
X = 10g de H2
Note que não podemos substituir x no sistema, pois consideramos que a
massa de CO = (24-x). Sendo assim:
Y = 24-x
Y = 24 – 10
Y = 14g de CO
Prontooo!!! Problemas resolvidos =]
Veja que é não é nada difícil, basta termos bastante atenção para não
cometermos erros, como tentar somar as equações ou substituir a variável no
lugar errado.
Postado por: Gregory Sousa